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“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde nós vamos, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”
(Eclesiastes 9:10)
Eu vou morrer. E tudo aquilo que eu fiquei adiando não vai sobreviver comigo.
Na sepultura não existe segunda chance. Não há espaço para justificativas. Não há projeto inacabado esperando ser retomado. Só silêncio.
Quantas vezes eu mesmo me escondi atrás da desculpa do “momento ideal”? Quantas ideias deixei apodrecer, quantas oportunidades eu assassinei com a máscara da prudência? Procrastinação não é atraso — é covardia fantasiada de inteligência.
Eu sei que boa parte do que chamo de “planejamento” é apenas medo de me expor, medo de falhar, medo de ser julgado. E enquanto eu alimento essas ilusões, o tempo me rouba a vida sem pedir permissão.
O texto bíblico é cru: se eu não fizer agora, não farei nunca. Não existe depois. Não existe “quando tudo se alinhar”. Cada dia gasto em hesitação é uma pá de terra sobre o meu próprio caixão.
E eu não quero que minha biografia seja um inventário de intenções mortas.
Eu não escrevo isso para parecer forte. Escrevo porque dói admitir que deixei escapar tanto por medo de agir. Mas essa dor é a única que ainda pode me salvar.
Enquanto ainda respiro, tenho chance de transformar propósito em obra.
Depois, não.







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