O Toque do Senhor: O Despertar do Guerreiro Adormecido
Por Paladino Vita | Série: Bússola VITA – Reflexões para o Despertar Interior
Quando o anjo do Senhor apareceu a Gideão, o encontrou escondido, malhando trigo em um lagar, lugar impróprio, gesto improvisado, símbolo de quem apenas sobrevive. Foi ali, no cenário mais medíocre possível, que o céu interrompeu o ciclo da covardia com uma sentença que soa quase irônica:
“O Senhor está contigo, homem valente.”
Valente? De onde? De quem? Gideão duvida, questiona, hesita. Como todo guerreiro adormecido, ele se perdeu entre o medo e a rotina. É a imagem perfeita do homem que diz “não sou capaz” enquanto o céu insiste em lembrá-lo de que a guerra o espera. O toque do Senhor não veio para confortar, mas para provocar.
O Toque Que Desmascara
O toque do Senhor não é carícia. É choque elétrico na alma. É o toque que revela o quanto a mediocridade já virou hábito. Gideão não estava pronto para a guerra, e é justamente por isso que o toque veio.
Deus não toca quem está no auge, toca quem está se escondendo. Ele não chama o herói quando tudo vai bem, chama o homem comum quando tudo parece perdido. Porque o toque divino é, na verdade, um ato de revelação violenta: mostra quem você é quando o medo é arrancado.
O Guerreiro que Não Pede Licença
Gideão pediu sinais. Três vezes. O guerreiro moderno faz o mesmo: espiritualiza a indecisão, disfarça a covardia de prudência e chama de discernimento o medo de se mover. Mas o toque do Senhor não é democrático, ele não espera aprovação. Ele desperta e exige resposta.
O toque não diz “você será um guerreiro”. Diz: “Você já é.” A diferença está no verbo. Deus fala no presente porque Ele não conversa com o que você parece ser, mas com o que você foi criado para ser. O toque não cria o guerreiro, apenas o expõe.
A Ironia Divina
Há uma ironia nessa história. O Senhor chama de valente quem está escondido. Parece absurdo, mas é o retrato da graça: Deus não negocia com a performance, mas com o propósito. Ele não toca o palco, toca o bastidor. Não unge o pedestal, unge o chão.
Talvez o toque que você espera venha embalado em palavras suaves, mas o toque real fere o orgulho. Ele desinstala. O toque de Deus não faz cócegas, faz tremer. Porque o toque divino é o ponto de ruptura entre quem você foi e quem você precisa ser.
O Gatilho: Levante-se
O anjo não fez coaching, não deu um plano de ação. Deu um chamado.
“Vai nesta tua força.”
Essa é a frase que desmonta desculpas e encerra a autocomiseração. A força não vem do toque, ela já estava ali. O toque apenas removeu a poeira. Gideão, o medroso, virou libertador. E não porque ficou confiante, mas porque obedeceu.
O Toque Hoje
O toque do Senhor não é uma lembrança bonita. É uma convocação. Não é sobre ser tocado para sentir algo, mas para agir diferente. O guerreiro que você é não precisa de mais confirmações, precisa de movimento.
Então, sim, o Senhor está contigo. Mas se isso não te incomoda, você ainda não entendeu o toque. O verdadeiro toque não dá conforto, dá propósito. E propósito dói, exige, expõe e liberta.







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